- Nº 1611 (2004/10/14)

Contra a deslocalização da <em>Alcoa</em>

Trabalhadores

Mais de trezentos operários e operárias da fábrica de cablagens eléctricas, Alcoa, cortaram, dia 8, a Estrada Nacional 10, no Casal do Marco, Seixal, para denunciar a ameaça de deslocalização da produção para a República Checa.
Foram efectuados dois cortes simbólicos de dez minutos cada, frente às instalações da empresa – que trabalha exclusivamente para a Autoeuropa -, envolvendo trabalhadores do primeiro e do segundo turnos de laboração.
Agendaram nova acção para dia 20, frente à residência oficial do primeiro-ministro.
Segundo o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, SIESI, acresce que a unidade portuguesa da multinacional norte-americana, Alcoa Internacional, venceu o concurso, no início do ano, de fornecimento das cablagens eléctricas para o novo modelo da Volkswagen – o cabriolet – que será produzido na Autoeuropa, em Palmela.
Caso se efective a deslocalização da Alcoa, a Autoeuropa terá, consequentemente, que parar também, alerta o sindicato num comunicado.
Os trabalhadores exigem que a empresa explique e que o Governo interceda neste processo, fazendo notar que a Alcoa Portugal é reconhecida internacionalmente pela qualidade do produto que fabrica e por ter a mão-de-obra mais qualificada da Europa.
O SIESI lembra ainda que, em 2000, a Alcoa adquiriu esta unidade ao comprar as instalações à Indelma, tendo, na altura, recebido do Estado português, cinco milhões de euros de fundos estruturais, com a condição de garantir a manutenção dos postos de trabalho.
Os 1100 operários da Alcoa já foram, no ano passado, ameaçados de despedimento colectivo.